por estes dias, realiza-se o
festival atlantic waves em londres. trata-se de um festival de música portuguesa organizado pela fundação calouste gulbenkian, destinado a trazer a música contemporânea do rectângulo de terra à beira-mar plantado a outras paragens, nomeadamente londres.
ontem foi a vez de fat freddy, ana da silva e the gift abrilhantarem o palco do
spitz, um bar em spitalfields market, a uns simpáticos 150 metros do "old bell" (se não me falha a memória...), o pub onde o famigerado jack escolhia as suas vítimas dentro da (então) numerosa população de mulheres da vida.
pessoalmente, nunca tinha ouvido falar de fat freddy nem de ana da silva, e o dinheirinho que me saiu da carteira foi mesmo para ver os the gift. fat freddy (uma banda do porto) foram uma revelação. música rock puramente instrumental a servir de banda sonora aos filmes de série B que passavam no ecrã [monstro da lagoa azul, godzilla (versão japonesa), filmes obscuros de extraterrestres, zombies e exploração espacial). apesar do aspecto não ser o melhor (rocker que é rocker tem que se inserir no estereótipo de feio, porco e mau. pelo menos um terço disso já tinham... talvez até dois terços)]. o momento da actuação foi mesmo a frustração do guitarrista com o facto da guitarra eléctrica se calar de quando em vez e, num gesto quase
"ozzyesco", arrancar as cordas da guitarra. deveria era ter sido com a boca para dar mais efeito. gostei especialmente da versão duma música dos kraftwerk.
prefiro não me pronunciar sobre ana da silva... não que tenha sido mau (pelo menos muito mau não foi), mas a senhora de 50 e muitos anos estava um bocado deslocada. uma espécie de versão cantada de anne clarke com música minimalista e uma imagem de um farol no
background...
e,
at last, os the gift. apesar do som não estar ideal, foi espectacular. uma hora de música (principalmente com músicas do último AM/FM) para cantar, dançar e saltar a metro e meio do palco (a esta altura já não dava para mexer muito, porque estranhamente toda a gente veio para perto do palco quando os gift começaram a tocar...). só faltou mesmo ir lá para cima... no final, depois de lhes arrancarmos mais uma musiquinha (cantada em português...) ainda tivémos tempo para pedir um autógrafo a um deles. como todos tínhamos que trabalhar no dia seguinte, as célebres orgias com as bandas rock foram adiadas para outra ocasião mais propícia...
é caso para dizer, um belo
the gift para o aniversário do
ex patria