maio 27, 2006

vow of silence

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maio 25, 2006

encrypted?

suponho que tenha de dizer qualquer coisa sobre o "the da vinci code" que chegou recentemente ao cinema.

tendo lido o livro há muito tempo, não pude avaliar minuciosamente (leia-se, não tive pachorra para estar a prestar atenção a todo e qualquer pormenor que estivesse diferente do livro. sinceramente, estava-me a borrifar para a "colagem" ao livro... e. mesmo assim, ainda deu para ficar a olhar com cara de parvo para a solução de um dos enigmas e pensar "hmmm. cheira-me que isto não era bem assim...") as diferenças entre o livro e o filme (se bem que, na maior parte dos casos, isso não interessa nem ao menino jesus porque toda a gente sabe que os livros são - salvo raras excepções - sempre melhores que os filmes. a não ser que se dê crédito à teoria de que se gosta sempre mais do que se experiencia primeiro, o que até tem uma ponta de verdade. adiante...).

não vou entrar na discussão sobre a veracidade ou plausibilidade da teoria aventada pelo autor do livro. uma coisa é certa, quer se acredite ou não (ou como diriam os osgas, take it with a pinch of salt), o livro tem a virtude de nos sugar para o interior da história. coisa que pouco (quase arrisco dizer nunca...) acontece no filme. há alturas em que chega a ser doloroso olhar para o ecrã...

pior que isso, este filme teve o condão de destruir a imagem idílica que tinha da audrey tautou que tão bem tinha estado no "amelie". e só (principalmente) por isso já estou arrependido de o ter visto.

maio 24, 2006

bottled

se ao menos tudo fosse tão fácil como inspirar e expirar. a simplicidade que advém dos actos mecânicos, que se executam automaticamente sem que seja preciso pensar neles. mas se há lição que a vida não se cansa em ensinar, é que não é assim que as emoções funcionam. bem pelo contrário. não há nada de mecânico ou automático naquilo que teima em vir à superfície dos confins da alma. nada é constante, permanente ou certo. daí que se torne difícil sequer explicar o que vagueia dentro do corpo. as nuances e metamorfoses que sofre tornam quase impossível exteriorizá-las da forma mais condizente.

diz quem tem o coração na garganta que isso não é problema, apesar dos dissabores (tanto internos como externos) que de quando em vez causa. mas tudo é diferente quando se tem um coração agorafóbico...

maio 23, 2006

make love not war

"beija-me...
...diz que me amas..."

mesmo sem nunca ter tido treino militar, estas eram ordens às quais voluntariamente obedecia. com um sorriso nos lábios. cheio de ternura no olhar. a única guerra em que combatia era uma guerra sem trincheiras. na qual não havia prisioneiros ou reféns. onde a única arma era o amor. e onde, felizmente, ambas as facções pareciam não ter vontade de poupar munições. ataques à larga escala usando tácticas inovadoras garantiam que esta guerra iria durar para sempre.

"fica comigo...
...nunca me deixes..."

era com prazer que encarnava o papel de subalterno. não passava de um soldado raso com pouca experiência nas lides de combate. ansioso por mostrar o seu verdadeiro valor no campo de batalha. daria de bom grado a vida para continuar a combater, para sentir a adrenalina a correr-lhe nas veias. enquanto tivesse energia, ninguém o conseguiria parar. até que a morte os separasse.

maio 22, 2006

wishlist #4

a dois meses do dia, assim de repente, só me lembro duma coisa que me faria realmente feliz. e, pelo menos para já, mais não digo...

if

retrato

a face escanhoada era o completo oposto do mar revolto que lhe povoava o peito. a vida calma há muito que o tinha abandonado. nada mais fazia sentido. nem nos próprios sentidos podia confiar. tudo o que via lhe parecia pálido em comparação. vivia num estado de permanente agitação. os dias pareciam estender-se até ao infinito e não se lembrava da última vez que tinha tido descanso. os olhos raiados de sangue eram incapazes de mentir. as insónias repetiam-se. noite após noite. nas raras ocasiões em que eventualmente dormia, os seus sonhos eram povoados por aquilo que preenchia os seus dias. a mesma imagem, repetida até à exaustão (física e mental), como se só isso existisse no mundo.

e, para ele, essa era a verdade. só ela existia. a cada momento. em cada passo e em cada pulsação. a pele que ansiava tocar. os lábios cujo sabor imaginava noite após noite. o corpo que o perseguia e no qual desejava estar. nada mais existia para ele. cada dia afastado dela traduzia-se em dor. uma dor silenciosa que chegava a ser física, sentida na pele, como se o antídoto estivesse a correr no interior das veias alheias.

cada dia era mais um passo em direcção à loucura. mais um dia sob o efeito de hormonas hiperactivas. o desejo era insuportável. sentia-se a arder e a única forma de extinguir esse fogo era-lhe negada pelos caprichos do destino.
na sua mente, eram amantes eternos que todas as noites se entregavam um ao outro na esperança de, um dia, se completarem. na esperança de sentir a metade que falta. na ânsia de consumar o amor que os unia independentemente da distância.

um só pensamento lhe preenchia a mente. a certeza de que cada segundo os colocava cada vez mais próximos...

maio 21, 2006

magician

creating illusions. manipulating minds to rediscover the lost fantasy. i know it's all done with smoke and mirrors. it only enhances the desire to find out how the trick is done...

brick

estes

são alguns
dos personagens
presentes no grande
ecrã aquando da
minha última incursão ao cinema.
graças a um casalinho de namorados, ainda não foi desta que tive o prazer de ter a sala de cinema toda para mim. fiquei agradavelmente surpreendido com este filme. uma história relativamente simples, com a curiosidade de ser contada como se a acção decorresse nos anos 40 ou 50 e não na américa do século xxi. original q.b. ao usar personagens que parecem ter o dobro da idade que os seus corpos adolescentes aparentam e um calão quase indecifrável. para além disso, ficou a certeza de que (apesar do enorme sucesso no saudoso 3º calhau...) o joseph gordon-levitt foi "feito" para papéis dramáticos.

maio 20, 2006

papercuts

a common side effect of being buried in endless towers of paper with notes, reminders and to-do lists... annoyingly clean and precise. a sub-par form of pain. how can you feel real lasting pain without the visual aid of blood? without the presence of scar tissue?

what have i done?

desta vez passei-me por completo... onde é que eu estava com a cabeça quando decidi oferecer-me para escrever um capítulo da próxima bloguehistória? não foi das decisões mais inteligentes dos últimos tempos. para quem tem dificuldades em "alimentar" um blog com algo decente e de forma mais ou menos frequente, a pior coisa que poderia fazer era aventurar-se a escrever um capítulo duma história que não tem título, tema ou estilo de escrita definidos...

o meu lado positivo imediatamente alvitra "ao menos é em português!". sim, isso seria muito bonito se 99% daquilo que escrevo aqui não estivesse em inglês. a costela megalómana imagina já um texto genial à la chuck palahniuk. pois, pois. mas para isso é preciso talento, coisa que não abunda por estes lados...

o neurónio optimista (suprimido até à exaustão) diz-me que até poderia ser pior. podia ter decidido fazer uma ilustração... touché...

maio 19, 2006

hearts are always bleeding

show me your distorted visions of love
walk me through your passion boulevard
like an emotional anamnesis
we can compare heart scars and love wounds
we both know the diagnosis
the illness affecting us
a chronic, terminal disease
rampaging through our bodies
all because hearts never stop bleeding

maio 18, 2006

0

serve também de breve resumo daquilo que ando a fazer. a todos os níveis...

maio 16, 2006

zero

the sun could shine outside these walls and light the route we're supposed to take
the traffic lights could turn green whenever we drive away
the love we feel could burst through our pores and shout inside the silences
i bet it could if this life was a fairy tale
but that would be much too simple, that would be way too easy
a real piece of the cake we never got the chance to eat
because we're nothing
we're the zero nobody ever bets on
they say one plus one equals two but all i can see is each of us is gone
our lives could end up just the way we always wished they would
the past could be left behind, kept buried deep within
our wars could simply stop, fought over forgotten sin
i bet it could if this love was meant to be
but that would be far too easy, that would be incredibly simple
a genuine piece of the cake we shall never eat
because we're nothing
we're the zero nobody cares to bet on
they say one plus one equals two but all i can see is each of us was torn
each of us is gone
i can see each of us moved on

maio 15, 2006

old friends

getting reacquainted with old friends that can still speak directly into the heart. without even knowing. and while the power of music never ceases to amaze me, i patiently wait for our first meeting "in the flesh" in september...

"...underneath this smile lies everything. all my hopes, anger, pride and shame..."

maio 11, 2006

leaving my fraudulent ways

finalmente vou deixar de ser caloteiro. e de estar em risco de ser pontapeado daqui para fora por não pagar o que devo...

definitivamente, posso riscar con artist da lista de possíveis profissões. nunca iria resultar...

maio 10, 2006

yellow post-its®

i'm getting genuinely scared of:
blowing it
serving a big portion of dissapointment
being trapped inside this furry shell
letting go another oportunity

all because of the most unlikely of objects, a post-it®...

justice is all i ask

it strikes me as being a bit unfair. after all, you have something to hold on to whenever you want to paint the pretty pictures inside your head. me, i have to rely on my wild (more often than not) imagination and compile the little information i get.

maio 09, 2006

deafening tunes #19

maio 08, 2006

skin

era a ausência de actividade nesses terminais nervosos que o tornava impaciente
ao ponto dos dias parecerem uma insónia permanente
uma repetição
como as séries do passado
que, por alguma razão estranha, perdem a magia do primeiro visionamento
a derradeira barreira para o exterior ameaçando tornar-se uma carapaça coreácea
impermeável aos elementos
e aos elementares sentimentos

use your illusion

no dia anterior ao teu (por duplo direito), a pergunta que se repete. o sangue que nos une deveria ser suficiente para quebrar a ilusão do regresso do filho (por estes anos, não muito) pródigo. é a distância que nos consome. dia a dia. são os silêncios (carregados de preocupações nunca proferidas, muito menos discutidas) que ocupam os telefonemas. são (principalmente) as palavras que nunca dissemos que nos cortam. elas são o sal nas feridas que nunca sararam ao longo dos anos. és metade de mim e nem me conheces. nem eu a ti. como se nas veias corresse um líquido avesso à intimidade familiar, carregado de culpa...

maio 07, 2006

dense / light

em menos de 24 horas, do denso:


ao leve:

wpp

longe de mim estar a dizer mal, mas esta exposição merecia uma organização um bocadinho melhor. é certo que a localização não é má (na zona dos museus), mas nem o royal albert hall salva o world press photo deste ano. para isso contribui o facto das fotos terem uma dimensão demasiado reduzida para o respectivo conteúdo.

muito bem que é grátis, mas...

maio 06, 2006

grey hair

e era em dias destes, com a chuva a cair lá fora (com cadência constante, independentemente da hora do dia) que desejava que os cabelos brancos que lhe salpicavam a cabeça (e há coisa de poucas semanas, também a face) se traduzissem realmente em sabedoria milenar e não em envelhecimento precoce (a hipótese mais provável e para a qual já estava devidamente avisado por razões de sangue - para os velhos - e de hereditariedade e genética - para os novos) da matéria orgânica cuidadosamente organizada na forma de um corpo humano.

ansiava lançar pérolas de erudição como:"as coisas importantes da vida são como castelos de cartas. demoram uma eternidade a construir, exigem paciência, esforço e a menor coisa deita-las por terra", nem que fosse para os suínos. de qualquer das formas, saíriam da sua cabeça (onde teimavam alojar-se. geralmente naquele espaço atrás dos olhos, onde é difícil chegar sem causar dano permanente. quer na massa cinzenta, quer nas reservas dos sacos lacrimais), do seu corpo, da sua mente. todas elas cansadas de carregar com o peso dos conselhos de vida (que não derivavam de terem sido vividos, uma vez que o documento de identificação que trazia consigo não mentia. nem que quisesse. mas como dizia o povo que o educou; faz o que eu digo e não o que eu faço) que nunca iria pôr em prática. não por os não saber, mas por falta de receptores para as suas palavras.

talvez quando se parecesse mais com um floco de neve em forma humana...

maio 05, 2006

os osgas quase derretem...

...com as temperaturas insuportáveis de 27ºC (!!!) que se fazem sentir em londres. até já há quem fale em heat wave nesta terra (parece que os carris dos comboios começam também a derreter...). pobres osgas, não sabem o que é bom. devia era ser assim todos os dias, com céu azul, luminosidade "à portuguesa" e solzinho quente.

pena é estar fechado aqui no lab...

maio 04, 2006

they say green is the colour of hope

"i'd rather be spooning" read the green-lettered graffiti splattered all over the wall. an urban work of art or pure vandalism, depending on the viewpoint of the observer. nevertheless, a testament of a lost love or a spray-painted vow for it to last forever

maio 01, 2006

deafening tunes #18


mobius band - "the loving sounds of static"

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translation in lost...

como uma porta sem puxador, o coração permanecia fechado
à espera da chegada de um pé-de-cabra
às vezes a violência é a única via
algures, a chave espera uma fechadura
que de algum modo nunca chega
sempre algo o evita
reza por mim
às vezes a única solução é a fé cega

as a door without knob, the heart remained closed
to the wait of the arrival of a crowbar
to the times the violence is the only way
algures, the key waits a lock
that in some way never arrive
always something prevents
prayer to it for me
to the times the only solution is the blind faith

like a door without a handle, the heart remained locked
waiting for a crowbar to come
sometimes the only way is violence
somewhere, the key awaits a lock
that somehow never comes
something always prevents it
pray for me
sometimes the only way is blind faith

lost in translation

like a door without a handle, the heart remained locked
waiting for a crowbar to come
sometimes the only way is violence
somewhere, the key awaits a lock
that somehow never comes
something always prevents it
pray for me
sometimes the only way is blind faith

como uma porta sem um punho, o coração remanesceu locked
esperando um crowbar para vir
às vezes a única maneira é violência
em algum lugar, a chave espera um fechamento
que de algum modo nunca viesse
algo o impedisse sempre
pray para mim
às vezes que a única maneira é fé cega

como uma porta sem puxador, o coração permanecia fechado
à espera da chegada de um pé-de-cabra
às vezes a violência é a única via
algures, a chave espera uma fechadura
que de algum modo nunca chega
sempre algo o evita
reza por mim
às vezes a única solução é a fé cega

120 anos

nada melhor que comemorar o 1 de Maio da maneira mais coerente possível: a trabalhar. aproveitando o facto do resto do mundo estar a gozar um dia de descanso e com o lab só para mim (mais um bocadinho e tinha o instituto todo para mim, mas há cá mais parolos a trabalhar...) lanço-me de cabeça para a escrita...