grey hair
e era em dias destes, com a chuva a cair lá fora (com cadência constante, independentemente da hora do dia) que desejava que os cabelos brancos que lhe salpicavam a cabeça (e há coisa de poucas semanas, também a face) se traduzissem realmente em sabedoria milenar e não em envelhecimento precoce (a hipótese mais provável e para a qual já estava devidamente avisado por razões de sangue - para os velhos - e de hereditariedade e genética - para os novos) da matéria orgânica cuidadosamente organizada na forma de um corpo humano.
ansiava lançar pérolas de erudição como:"as coisas importantes da vida são como castelos de cartas. demoram uma eternidade a construir, exigem paciência, esforço e a menor coisa deita-las por terra", nem que fosse para os suínos. de qualquer das formas, saíriam da sua cabeça (onde teimavam alojar-se. geralmente naquele espaço atrás dos olhos, onde é difícil chegar sem causar dano permanente. quer na massa cinzenta, quer nas reservas dos sacos lacrimais), do seu corpo, da sua mente. todas elas cansadas de carregar com o peso dos conselhos de vida (que não derivavam de terem sido vividos, uma vez que o documento de identificação que trazia consigo não mentia. nem que quisesse. mas como dizia o povo que o educou; faz o que eu digo e não o que eu faço) que nunca iria pôr em prática. não por os não saber, mas por falta de receptores para as suas palavras.
talvez quando se parecesse mais com um floco de neve em forma humana...
ansiava lançar pérolas de erudição como:"as coisas importantes da vida são como castelos de cartas. demoram uma eternidade a construir, exigem paciência, esforço e a menor coisa deita-las por terra", nem que fosse para os suínos. de qualquer das formas, saíriam da sua cabeça (onde teimavam alojar-se. geralmente naquele espaço atrás dos olhos, onde é difícil chegar sem causar dano permanente. quer na massa cinzenta, quer nas reservas dos sacos lacrimais), do seu corpo, da sua mente. todas elas cansadas de carregar com o peso dos conselhos de vida (que não derivavam de terem sido vividos, uma vez que o documento de identificação que trazia consigo não mentia. nem que quisesse. mas como dizia o povo que o educou; faz o que eu digo e não o que eu faço) que nunca iria pôr em prática. não por os não saber, mas por falta de receptores para as suas palavras.
talvez quando se parecesse mais com um floco de neve em forma humana...