para onde?
recordo o tempo em que lia histórias mirabolantes protegido pela sombra que projectavas. teus ramos distantes, difusos e incertos, obscurecidos pelo brilho do sol que teimava brilhar na tua presença. aí, tudo parecia diferente da realidade que conhecia. mais colorido, mais vivo, mais real. contrariando a ordem natural das coisas, tuas raízes secaram muito antes do tempo. nenhuma história foi igual desde então. o sol queima as páginas, apaga as frases que empalidecem por comparação com os épicos de então. nunca mais li com o prazer do passado. para onde foi tua sombra? para onde?