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para que não fale
para que as palavras permaneçam ancoradas
agrilhoadas às cordas vocais
não passando de intenções
que enchem o inferno
cola-me as pálpebras
para que não veja
para que me escape teu vulto
e esqueça tuas formas
graciosas e teus olhos
me atormentam as horas
prega-me as orelhas
para que não ouça
a sonoridade angelica de tua voz
o ruído ensurdecedor de teus passos
em direcção incerta
distante do lugar que ocupo
agrafa-me as narinas
para que não cheire
para que se esfume o aroma
adocicado que exalas em teu redor
pairando na atmosfera
antes que excite receptores olfactivos
esfola-me a pele
para que não sinta
para que me seja impossível tocar-te
acariciar tua pele e escutar
teu coração batendo em meus dedos
trespassa-me o coração
para que não ame
jamais