mardi gras
as pinturas ainda mancham os teus olhos. o batôn continua nos teus lábios. o olhar fixo em direcção ao espelho que teimas em fitar. uma imagem que já não reconheces. de tanto te esconderes por detrás dela, deixaste de ser capaz de ver o que lá se encontrava antes. choras cada dia que sentes a dor de te teres transformado num travesti da pessoa que eras. mas nem as lágrimas te lavam. mudam-te apenas a aparência. cosmética que não chega para recuperar a alma que eu dia tiveste e perdeste.