painting lives
...com a tela dentro do corpo e os pincéis por detrás dos olhos, caminhava pelo meio das multidões olhando fixamente os olhos de todos os estranhos na contra-corrente. uns segundos bastavam-lhe para que traçasse a árvore genealógica da pessoa em questão até à quarta geração. quer passada, quer futura.
imaginação não lhe faltava. tinha-a para dar e para vender, se tal fosse possível. o seu problema era não a conseguir passar para o papel e escrever uma história digna de ser contada. por vezes, pensava que tinha um íman para toda a imaginação que lhe surgia, e que a sugava para o seu interior. como se tudo o que de mal existia dentro de si necessitasse de se aniquilar com o que mais próximo de anti-matéria estivesse à mão de semear.
pintor de vidas. as alheias com pinceladas largas e coloridas, preenchendo uma vastidão de espaço que parece não ter fim. a sua, em tons de cinzento ou totalmente a preto, microscópica e imutável. no fundo, o que queria era que alguém o usasse como tela...
imaginação não lhe faltava. tinha-a para dar e para vender, se tal fosse possível. o seu problema era não a conseguir passar para o papel e escrever uma história digna de ser contada. por vezes, pensava que tinha um íman para toda a imaginação que lhe surgia, e que a sugava para o seu interior. como se tudo o que de mal existia dentro de si necessitasse de se aniquilar com o que mais próximo de anti-matéria estivesse à mão de semear.
pintor de vidas. as alheias com pinceladas largas e coloridas, preenchendo uma vastidão de espaço que parece não ter fim. a sua, em tons de cinzento ou totalmente a preto, microscópica e imutável. no fundo, o que queria era que alguém o usasse como tela...