fevereiro 20, 2006

painting lives

...com a tela dentro do corpo e os pincéis por detrás dos olhos, caminhava pelo meio das multidões olhando fixamente os olhos de todos os estranhos na contra-corrente. uns segundos bastavam-lhe para que traçasse a árvore genealógica da pessoa em questão até à quarta geração. quer passada, quer futura.

imaginação não lhe faltava. tinha-a para dar e para vender, se tal fosse possível. o seu problema era não a conseguir passar para o papel e escrever uma história digna de ser contada. por vezes, pensava que tinha um íman para toda a imaginação que lhe surgia, e que a sugava para o seu interior. como se tudo o que de mal existia dentro de si necessitasse de se aniquilar com o que mais próximo de anti-matéria estivesse à mão de semear.

pintor de vidas. as alheias com pinceladas largas e coloridas, preenchendo uma vastidão de espaço que parece não ter fim. a sua, em tons de cinzento ou totalmente a preto, microscópica e imutável. no fundo, o que queria era que alguém o usasse como tela...

2 ex troardinary remarks:

Blogger Ana Elias wrote...

Estás de volta, Paulo Ogre???

Senhores e senhoras, ressurgindo das trevas é com prazer que se reintroduz PAULO RIBEIRO no seu melhor!!!!

[e... de pé a multidão ao rubro, aplaude]

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20/02/06, 20:52  
Blogger paulo wrote...

apesar de não merecer os aplausos, parece que estou de volta à minha reencarnação anterior...

22/02/06, 17:15  

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