janeiro 19, 2005

sleepless in london

a cidade dorme
os prédios encerram os seus ocupantes
como casulos de betão que transformam
lagartas nocturnas e cansadas
em vibrantes borboletas matinais
o ruído reduz-se a um murmúrio
como o som do bater do próprio coração
a lua ilumina as ruas e vielas
qual holofote estelar vigiando os passos de todos
presos num universo sem grades
fechados no próprio corpo e mente
a cidade dorme
sonha
intensamente
imagina o futuro
analisa o passado
digere o presente
a cidade dorme e sonha
enquanto a insónia me persegue
embala-me até adormecer...