junho 01, 2007

zeca nostradamus

a morte saiu à rua num dia assim
naquele lugar sem nome pra qualquer fim
uma gota rubra sobre a calçada cai
e um rio de sangue dum peito aberto sai.
o vento que dá nas canas do canavial
e a foice duma ceifeira de portugal
e o som da bigorna como um clarim do céu
vão dizendo em toda a parte o pintor morreu.
teu sangue, pintor, reclama outra morte igual
só olho por olho e dente por dente vale
à lei assassina à morte que te matou
teu corpo pertence à terra que te abraçou.
aqui te afirmamos dente por dente assim
que um dia rirá melhor quem rirá por fim
na curva da estrada há covas feitas no chão
e em todas florirão rosas duma nação.

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