maio 30, 2007

reality slow

à atenção dos senhores que estão por detrás desta pérola televisiva, que tal um concurso em que se mate mesmo uma pessoa em directo? é que já só falta mesmo isso... posso até propôr títulos: (i) big killer; (ii) a bela e o psicopata com tendências homicidas que se ficar muito tempo acordado é capaz de fazer mesmo uma coisinha má.

em alternativa, um concurso para os "criativos" da produtora televisiva, no qual o vencedor ganha um cérebro...

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maio 28, 2007

make believe

hoje vou inventar-te uma vida. criar-te a partir da costela de sonho. à imagem e semelhança daquilo que apenas vive no imaginário nocturno. hoje vou dar-te um passado, uma personalidade, um emprego, desejos, medos. tornar-te humana. nem que seja apenas nos meus pensamentos.

hoje vou dar-te um nome, uma família e um local de nascimento. desenhar-te um percurso escolar e progressão curricular, criar uma história médica, sem complicações de maior que não as duma infância feliz. hoje povoo a tua face com os olhos mais brilhantes que consigo imaginar, sarapinto com sardas as tuas maçãs do rosto (maçãs do rosto e não malares ou zigomáticos pois esses não transmitem a doçura que transportam) e humedeço os teus lábios.

hoje escrevo a nossa história. guardada nos compêndios do passado, repetida vezes e vezes sem conta, com outros nomes que não os nossos. tristão e isolda. romeu e julieta. mas sem a tragédia associada aos tempos passados. o sofrimento que contém provém do passado solitário e não do futuro em comum. porque o amor não é isso.

hoje dou-te uma vida. invento uma situação e local banais que servem de pano de fundo para o nosso encontro casual. para a troca de olhares que inevitavelmente acontece. tratando-se duma obra de ficção, não existem pausas, hesitações ou timidez. depressa há sorrisos, depressa há uma ligação que vai para além das palavras que atravessam o espaço que separa os nossos corpos. tratando-se duma obra de ficção, a cronologia pouco interessa. o tempo demora muito pouco a passar. não consegue sequer acompanhar o passo dos sentimentos que voam e arrancam os corpos da sua natural inércia.

hoje vou inventar-te uma vida. vou dar-te o que sou e receber o que és. vou desenhar uma história em comum, do princípio ao fim. do primeiro ao último beijo, passando pelo momento em que nos tocámos pela primeira vez. em que sentimos a pele a retroceder, receosa. mas nem ela foi capaz de conter o desejo e cedo se dispersou por dois corpos.

hoje crio-te a partir do nada. hoje dou-me um propósito para viver.

maio 25, 2007

e, entretanto, quase tinha dado para ter um filho...*

finalmente começa a ver-se a luz ao fundo do túnel do "1% inspiration, 99% perspiration" no qual tenho estado a trabalhar há muito mais tempo do que devia. e o problema é que agora vem a parte pior.

* - uma nota breve acerca do título antes que me perguntem se vou ser pai ou coisa do género: é só porque o que está quase quase (até já o cheiro...) a acontecer já devia ter acontecido há, pelo menos, 9 meses, quiçá (sempre quis escrever isto num post...) mesmo um ano.

maio 17, 2007

southbound train

debaixo desse sorriso embriagado vivem 1000 mulheres
escondem-se segredos que nem às paredes confessas
em ti habitam desejos primordiais que controlas a custo
abraças a volúpia e a luxúria com ambos os braços
detrás desse sorriso embriagado estão os sonhos por concretizar
de rapariga adolescente
o amor sem barreiras de mão dada com o sarcasmo
a ironia e a desilusão da vida real
detrás dessa face está o enfado
os dias entorpecedores na companhia
de homens que não vêem para além da pele
lisa e das feições atraentes
debaixo desse sorriso embriagado está
a tristeza dos dias desperdiçados
qual maquilhagem de palhaço pobre
detrás desses olhos estão lágrimas
de alegria radiosa
de saudade quilométrica
de sexo sem nexo
de estilhaços de relações que ficaram por contar
debaixo desse sorriso embriagado está uma mulher
igual a tantas outras
e ao mesmo tempo
única

maio 16, 2007

deafening tunes #31


stone temple pilots - "interstate love song"

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pescadinha de rabo na boca

conheçes-me
mas eu não te conheço
desapareces
mas eu não desapareço
esqueces-me
mas eu não te esqueço

maio 15, 2007

chicago vice


se há coisa que me faz ficar colado à televisão inglesa (que tem muita merda, diga-se. tanta ou mais que a portuguesa...), é o episódio semanal do "prison break". é certo que a segunda série não é tão boa como a primeira (a novidade da premissa da série e o simples facto do personagem principal ter mais de 50% da superfície corporal tatuada com mapas e tudo o que precisa para fugir da prisão também ajuda...) mas, mesmo assim, consegue criar belos momentos de suspense.

e perguntam vocês "mas a que se deve isto tudo?". ao que eu respondo "isto tudo porque no fim-de-semana tive a infeliz notícia de que o meu irmão já tinha acabado de ver a segunda série e estava danado para me contar o que vai acontecer". "e é só por causa disso?". "sim, lamento profundamente mas a minha vida não dá para muito mais desenvolvimentos. e agora vamos lá parar com as perguntas..."

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os gloriosos 90's: atirando cobre...


corria o ano de 1994 quando chegou aos escaparates o segundo álbum de originais dos live. claramente, o melhor da sua carreira. carreira esta que entretanto tomou um rumo U2-esco, graças ao facto do vocalista ed kowalczyk ter reencontrado deus. parece que, na música, a capacidade de fazer boas músicas por oposição a músicas ultra-lamechas anda de mãos dadas com o reencontro com deus e a religião. não é regra, mas este é um bom exemplo.

anyway... este terá sido mais um de muitos álbuns que comprei por ter ouvido uma ou duas músicas. não se pense que foram umas músicas quaisquer. "selling the drama" e "lightning crashes". tomara muitos álbuns ter músicas da qualidade destas duas, estava o rock bem entregue. numa altura em que a internet não passava (pelo menos para mim...) duma entidade abstracta, a forma de ouvir música nova passava pela audição de horas e horas de rádio (a minha vizinha, a saudosa rádio marginal nos seus tempos do rock puro e duro em vez do easy listening de agora - isto é, presumo que ainda assim seja porque nunca mais a ouvi e desertei para a rádio radar) na tentativa de perceber o nome da banda que o animador insistia em não repetir depois de ter comido metade da palavra. muitos dos álbuns que por aqui têm passado foram ouvidos pela primeira vez aí e este não é excepção.

muito por culpa da insistência da rádio em passar a versão ao vivo no woodstock '94 do "selling the drama", acabei por comprar este álbum que, rapidamente, chegou ao patamar dos álbuns favoritos. daqueles que se ouve vezes sem conta sem que perca o encanto. daqueles que se ouve a cada 2 ou 3 anos e as letras continuam na ponta da língua. um grande álbum que, para além das músicas mais famosas, tem autênticas pérolas escondidas às quais só se dá valor depois de ouvir várias vezes. e é a forma como um álbum intercala todas estas componentes que o faz resistir à passagem do tempo...

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maio 10, 2007

pantagruel

"béchamel...
béchamel muito...
porque depois desta noite voltam os KFCs..."


é incrível a forma como o cérebro funciona depois de almoço e de ouvir uma versão muito duvidosa do "besame mucho" numa rádio búlgara...

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maio 07, 2007

das leben der anderen


"the lives of others" é, muito provavelmente, o melhor filme que vi este ano. excelente na forma como transporta o espectador para a alemanha de leste dos anos 80, isolada do oeste e presa a um sistema que premeia os cínicos, oportunistas e delatores, pervertendo os próprios ideais que o alimentam. a ver.

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maio 02, 2007

no comments

longe de mim querer criticar o sr. google ou o facto do blogspot ter vendido a alma ao diabo, mas seria de esperar que o serviço se tornasse melhor. em vez disso, é ver os comentários a não chegar ao mail, coisa que acontecia natural e rapidamente antes da transição suave (e nada forçada, diga-se...). qualquer dia um gajo não pode ir ao wc sem ter que pedir licença ao sr. google. e é claro que nunca haverá papel higiénico quando ele é preciso...

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maio 01, 2007

all I ever wanted

like a breath of fresh air in the morning
like the first ray of light at dawn
there’s an energy flowing from you
and it’s
contagious
outrageous
and all i ever wanted to feel
like the outspread wings of a bird
like the open trail that lies ahead
there’s a freedom flowing from you
and it’s
contagious
vivacious
and all i ever wanted to feel
like a greeting smile on a face
like the games babies play
there’s a happiness flowing from you
and it’s
contagious
vertiginous
and all i ever wanted to feel
like twin hearts beating in unison
like caring mothers with cubs
there’s love flowing from you
and it’s
infectious
contagious
and all i ever wanted to feel