eucalyptus tree

semente lançada à terra árida. ausente de vida, ainda impávida. esperando o alimento essencial, fraquejando no momento inicial. torrente salvadora inflama a alma adormecida. presente divino com face humedecida. cresce em todos os sentidos e direcções, floresce diante de milhares de fotões. toca brevemente outros ramos. coloca desejos que todos calamos. entrelaça as raízes no solo alheio, trespassa lentamente o veio. escorre o íntimo do simbionte. morre! para lá do horizonte. destrói até ao último fragmento, corrói sem um único lamento. seca todo o solo circundante, defeca o veneno mutilante. transfigura o mundo num poço sem fundo, segura a vida num único segundo. nada mais viverá a teu lado. nada comungará teu fado. nem no longínquo dia que há de vir, em que sentires de ti a vida a partir...