agosto 09, 2006

fac-simile

era uma história. as pessoas insistiam em apelidá-la de triste, melancólica. depressiva mesmo. não compreendia a necessidade de rotulá-la com o que quer que fosse. não entendia as razões nem os porquês. era, pura e simplesmente, uma história. podia gostar-se ou não dela, concordar ou discordar do conteúdo, uma vez que o estado ainda é de direito. era uma história igual a tantas outras que ficariam por contar. talvez essa fosse a diferença, o facto de deixar a indefinição e passar ao papel. o facto de ser contada tornava-a diferente das demais. retirava-a da esfera da imaginação, do sonho e pregava-a ao mundo real. tornava fácil que outros se identificassem.
amor ou ódio
atracção ou indiferença
todas as atitudes eram válidas. podia gostar-se ou não dela.
o que não se podia fazer era negá-la
ela existe
e está a ser constantemente escrita