fascinam-me os extremos... a afirmação teria mais impacto caso tivesse sido proferida enquanto fumava um cigarro e/ou a face mal escanhoada estivesse vestida de preocupação. a atracção pelos extremos nascera do simples facto de se encontrar monotonamente na média de tudo. média de idades, média de altura, média de peso. uma personalidade dentro da média, sem grandes excessos.
os dilemas morais e a decadência dos valores... eram algo que lhe povoava os pensamentos. principalmente por ser incapaz de os corromper na sua própria vida. demasiado íntegro numa terra de filhos da puta capazes de vender a própria mãe por lucro fácil.
o clima hoje apresenta-se ameno, com elevada probabilidade de impunidade... o ferro em brasa mental que lhe queimava os flancos da emoção. quão fácil seria cometer um acto de aparente loucura (de um ponto de vista alheio), mas cuidadosamente premeditado e planeado até ao mais ínfimo pormenor.
a adrenalina é uma droga... viciante até ao tutano. mais recompensadora que qualquer outra que alguma vez pudesse vir a experimentar. e tão fácil de mascarar por debaixo da pele. o único problema que via materializar-se à sua frente era o elevado preço dos detergentes eficazes com qualquer tipo de nódoa até a baixa temperatura e das luvas descartáveis.