março 01, 2005

sepia

trovador negro
com tua alma pálida
e face cansada
arremessas palavras ao vento
doridas
com o peso da mágoa que carregas no peito
o tórax transforma-se numa prisão
com costelas como barras de ferro
que prendem o teu coração
cansado
a memórias que te queimam
com o seu sabor agridoce
tua pauta impressa a sangue
contem as melodias que assombram
o teu corpo
e todos os que te rodeiam

pousa a cabeça e dorme
sonha
com tempos que passaram
e que hão de vir
guarda as fotografias a sépia
e corre para o rio de côr
que se abre à tua frente